Creatus est homo ad hunc finem,
ut Dominum Deum suum laudet,
revereatur, eique serviens tandem salvus fiat.

(O homem foi criado para este fim:
louvar, reverenciar, servir ao Senhor seu Deus,
e assim salvar a sua alma. Exercícios, Sto. Inácio, vol.I)

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Atentado contra a vida humana

J. M. J.

Veneráveis irmãos e irmãs

Referendou-se o aborto em Portugal tendo ganho por uma escassa maioria apesar de grande parte da população não ter ido votar. Agora os partidos de esquerda e da extrema esquerda pretendem legislar sobre a eutanásia e o testamento vital. Ambos são a mesma coisa e consitem no poder dado ao doente de escolher entre a vida ou a morte, ou seja, o direito de se suicidar em caso de sofrimento ou de coma irreversível, bem como aos seus familiares de optar por prolongar ou não a vida de um familiar nestas condições. Estes partidos poderão ser chamados de “partidos da morte” porque têm como grande objectivo facilitar o suicídio voluntário, não respeitando e não protegendo a vida humana.

As mãos daqueles que no parlamento votaram ou votarem a favor destas leis, os legisladores, dos técnicos de saúde que as cumprem, bem como as daqueles que as aprovam estão manchadas de sangue. Pode-se ainda chamar esta gente de “Herodes dos nossos tempos” porque directa ou indirectamente participam e protegem um genocídio silencioso legal, no martírio de milhares de seres humanos em hospitais, hospitais esses que deveriam servir unicamente para prestar cuidados de saúde, dignificar a vida humana daquele que sofre e proteger a vida.

Ensina a Santa Mãe Igreja que «a vida humana deve ser respeitada e protegida de modo absoluto a partir do momento da concepção. Desde o primeiro momento da sua existência, devem ser reconhecidos a todo o ser humano os direitos da pessoa, entre os quais o direito inviolável de todo o inocente à vida» (Catecismo da Igreja Católica, n.º 2270), na sequência do mandamento do Senhor: «Não mates» (Ex.20, 13) e do de Nosso Senhor Jesus Cristo, no Santo Evangelho: «amai-vos uns aos outros como Eu vos amei» (Jo.15, 12), ou seja, «amarás o teu próximo mais que a tua vida e não matarás recorrendo ao aborto» (Barnabé, 135 d. C.), e ainda: «não matarás o embrião humano por meio do aborto, nem farás que morra o recem nascido» (Didaké, 2,2), nem desejando a morte de alguém seja ela a sua condição de arguido ou inocente, de enfermo ou saudável, porque esta é a condição daquele que ama que é a de nunca atentar contra a vida de alguém, porque esse atentado é um acto criminoso aos olhos de Deus. Quem mata não ama! Quem mata não tem amor pelo seu semelhante! Quem mata não tem amor à vida, antes despreza-a e odeia-a. Deus abumina aquele que mata porque só Deus é Senhor da vida, porque «o Senhor Deus formou o homem do pó da terra e insuflou-lhe pelas narinas o sopro da vida e o homem transformou-se num ser vivo» (Gn.2,7)

Mas a obra das Suas mãos deixou-se levar pelo animal selvagem da serpente astuta e enganadora, tomando o caminho do egoismo e do facilitismo. Embora estando nús, ou seja, despidos de graça, sabendo que aquilo que fazem é mau, não são capazes de se regenerarem, pecando ainda mais. Por isso Deus castigou o homem e a mulher expulsando-os do Paraiso mas, mesmo assim, o coração humano continua cada vez mais endurecido.

A Igreja não se pode calar nem se pode resignar, porque os atentados à Vida Humana são intoleráveis e não podem ficar impunes. Estes são a demonstração do egoismo humano que tem de ser combatido e da grave falta de respeito para com a Vida e para com o próprio Homem, transformando-o numa “máquina” de destruição sem sentimentos humanos.

Contudo a primeira batalha está perdida mas não a guerra! A Iregja tem de continuar a pregar a verdade porque a verdade é como o azeite, não se mistura com a água, vem sempre ao de cima. «Prega a palavra, insiste oportuna e inoportunamente, repreende, censura e exorta com bondade e doutrina» (2 Tm.4, 2).Não podemos ter medo de anunciar as verdades evangélicas. Será que Estêvão teve medo? Pedro e Paulo tiveram medo? E João de Brito e Xavier? Sejamos também nós “Estevãos, Pedros, Paulos Joões e Xavieres” e como tantos outros que não temeram por anunciar as verdades evangélicas mesmo que isso tenham implicações para a nossa vida: « ad usque effusionem sanguinis – até ao derramar do sangue». Não nos deixemos, pois, moldar às estruturas deste mundo, mas transformemo-nos pela renovação deste mesmo mundo, afim de lhe dar a conhecer a vontade de Deus, que é o bem, e o bem é o que Lhe agrada, (Rom.12,2).

Neste final do mês de Maio, Mês de Nossa Senhora, peçamos ao Senhor, por intercessão da Sua e Nossa Mãe Santíssima, por todas as mulheres e mães que estão grávidas ou se preparam para o ser, especialmentes aquelas que estão grávidas, para que não temam a maternidade e com ela se entusiasmem, imitando Aquela que deu à luz o Salvador do mundo.

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