Creatus est homo ad hunc finem,
ut Dominum Deum suum laudet,
revereatur, eique serviens tandem salvus fiat.

(O homem foi criado para este fim:
louvar, reverenciar, servir ao Senhor seu Deus,
e assim salvar a sua alma. Exercícios, Sto. Inácio, vol.I)

domingo, 28 de junho de 2009

J.M.J.

«Porque os pastores foram uns insensatos e não procuraram o Senhor. Por isso foram mal sucedidos, e todos os seus rebanhos foram dispersos». (Jer.X, 21)

No dia 25 de Dezembro de 1961, Sua Santidade o Papa João XXIII, pela Constituição Apostólica “Humanae Salutis”, convocou o Concílio Ecuménico Vaticano II. A 2 de Fevereiro de 1962, pelo motu proprio “Concilium”, Sua Santidade determinava que este teria início no dia 11 de Outubro seguinte. Começou então uma longa caminhada em que os padres conciliares, deixando-se influenciar por gente de espírito gentio, herético e apóstata; aprovaram um conjunto de reformas que enfraquecem a Única e Verdadeira Igreja de Cristo. Até o próprio Vigário de Cristo na terra, e os seus sucessores caíram na mesma tentação com o intuito de “abrir” a Igreja ao mundo. Quão falaciosa é esta ideia quando a Igreja tem que abandonar as coisas do mundo para se santificar. Não é das coisas do mundo que adevém o pecado? Não porcausa das coisas do mundo que o Homem se deixa corromper?
Qual foi o resultado da reforma conciliar? Os seminários esvaziaram-se, cada vez mais sacerdotes abandonam o sacerdócio e ou entregam-se às coisas do mundo; as igrejas esvaziaram-se; falta de fervor religioso. A catequese deixou de o ser; a liturgia perdeu o seu significado, beleza e austeridade; os templos sagrados são continuamente profanados; os confessionários deixaram de existir ou estão às moscas; os púlpitos foram deitados abaixo em algumas igrejas e noutras servem de espaço de arrumos. O erro tomou conta da Igreja, dá-se demasiada importância ao ecumenismo e muitas mais coisas. São Pio de Pietrelcina bem avisou pedindo que não se realiza-se o Concílio. A Igreja foi invadida por uma lepra aviltante e corrosiva vivendo publicamente e abertamente com o mal que nela penetrou. É necessária uma mudança rápida e radical.
Olhemos para o exemplo da nossa pátria. Que pastores temos? Se uns são libertinos outros por infelicidade nossa são fracos. (Deus me perdoe por falar assim dos nossos bispos). Quando vemos Sua excelência D. Carlos de Azevedo a defender uma nova postura da Igreja para com os homosexuais ou Sua Excelência o Bispo Castrense da Forças Armadas e da Segurança falar em Sacerdócio ministerial de mulheres não nos leva a questionar se serão bons ou maus bispos? Estes pecam por falta de sensatez e de discernimento. E que pensam os outros Domini? Muitos certamente não gostam destas ideias mas porque não os corrigem? Porque não defendem a Verdadeira Doutrina? São uns fracos! Tanto é ladrão o que vai à horta como o que fica à porta porque ao calarem-se tornam-se cumplices daqueles.
São João Evangelista, na sua Primeira Epístola, diz-nos para não acreditarmos «em todo o espírito» (Jo.IV, 1-6) e para colocarmos «os espíritos à prova, para ver se são ou não de Deus, porque vieram ao mundo muitos falsos profetas» (ib.), mas infelizmente, muitos que foram chamados para darem testemunho da verdade deixaram-se corromper e deixaram de anunciar a verdade. Por isso, Deus me perdoe ao dizer isto, mais parecem ser «o anticristo» (ib.), homens que se deixaram enfeitiçar pelas coisas do mundo, e «por isso, falam inspirados pelo mundo, e o mundo escuta-os. Nós somos de Deus. Quem conhece a Deus escuta(…) [os verdadeiros pastores de Deus porque sabem que estes vêem de Deus], quem não é de Deus não [os] escuta. Por isso conhecemos o espírito da verdade e o espírito do erro» (ib.) tantas e tantas vezes vemos este espírito em alguns dos nossos bispos e cardeais como em Sua Eminência o Cardeal Patriarca de Lisboa e em tantos outros que põem constantemente a Igreja e os seus ensinamentos à prova.
Eles criticam-nos, a nós católicos apelidando-nos de antiquados, esquecendo-se que a verdadeira Doutrina é aquela que vem do passado e que é e será sempre actual, e essa mesma Doutrina foi transmitida primeiro pelos Santos Profetas e depois pelo Próprio Deus em Nosso Senhor Jesus Cristo deixada como Santíssima Herança aos Santos. Sensuram-nos por criticarmos as suas posições mas esquecem-se dos ensinamentos do São Paulo que exortava a Timóteo (palavras essas que entendemos também aplicarem-se a cada um de nós): «guarda o depósito, evitando discursos vãos e profanos e as contradições de uma falsa ciência, pois alguns, por a terem professado, afastaram-se da fé». (I Tim.VI,20) E quem guarda o Depósito da Fé gurada-o como se de um tesouro precioso trata-se e fá-lo contra os bandidos que o procuram roubar. Eles são uns orgulhosos que nada sabem, que ensinam coisas sem prestarem «atenção às palavras de Nosso Senhor Jesus Cristo e à doutrina conforme à piedade» (Itim.VI,3), ocupam-se de questões e contendas de palavras movidos pela inveja, insultos, blasfémias e más suspeitas, são homens de pouca inteligência, com uma inteligência currompida e privados de verdade. (ib.4-5). Também é sobre eles que falava o Grande Santo Apóstolo, palavras que depois foram usadas no Concílo Vaticano I: «repreende diante de todos, os presbíteros que pecam, a fim de que os demais temam». (ib.V, 20).
É vergonhoso aquilo que alguns bispos alemães dizem da Fraternidade de São Pio X, por altura da ordenação de alguns seminaristas num seminário alemão, como nos é testemunhado em Casa de Sarto. «Felizes de vós, quando fordes insultados por causa do Nome de Cristo; isso significa que o Espírito da glória, o Espírito de Deus repousa sobre vós. (…) Se alguém sofre como cristão não se sinta envergonhado; mas glorifique a Deus por ter o nome de Cristão». (I.Ped.IV,14,16). Estes irmãos, que continuam fiéis à Sadia Doutrina dos Santos e que reconhecem Sua Santidade Bento XVI como Vigário de Cristo na terra e sucessor de São Pedro, sofrem por serem verdadeiros cristãos e por permanecerem fiéis, são benditos porque procuram permanecer em Deus. Eles bem podem dizer «recebemos d’Ele tudo o que pedimos, porque observamos os Seus mandamentos e fazemos o que Lhe é agradável». (I.Jo.III, 22) Esses bispos movidos pela vil inveja, ameaçam esses verdadeiros fiéis com a excomunhão. Tomara os seus seminários terem tantos seminaristas como têm os da FSSPX e terem tantos candidatos às sagradas ordens. As igrejas da Fraternidade, por aquilo que eu vi e pelos testemunhos que encontrei, estão sempre cheias ao Domingo enquanto que na maior parte das outras comunidades estão quase sempre vazias. Isto é sinal de que alguma coisa está a mudar, embora lentamente, e isso assusta muita gente.
Este sucesso da Fraternidade que faz com que muitos se voltem para ela, é fruto da preseverança na oração. Não há organização, instituto, congregação ou o que for, que na Igreja Universal tenha tido um crescimento tão grande em número como o da FSSPX. Por isso, todos aqueles que acreditam não deixem de preseverar na oração e no anúncio da verdade sempre tendo em vista o bem de todos. Assim, na esperança e na caridade, Nosso Senhor Jesus Cristo nos confortará e nos concederá o bem que pedimos.
Com sincera alegria reconheço o papel que esta Fraternidade tem tido ao fumentar cada vez mais vocações sacerdotais e religiosas assim como na isntrução do seu clero que, comparada com outras instituições, como universidades e institutos de teologia, os ultrapassa em todos em excelência e qualidade.
Que a Virgem Maria cubra com o seu manto protector os novos clérigos, os seus formadores e superiores.

sábado, 13 de junho de 2009

Sagrada Comunhão


J. M. J.


«Eu sou o Pão da vida. Quem vem a mim não mais terá fome e quem crê em mim jamais terá sede». (Jo.6, 33c)

O Rei David, meditando nas obras que o Senhor fez ao longo dos séculos, cantava os feitos de Deus deste modo: «Grandes são as obras do Senhor»(sl.110,2), e continuava o canto louvando a bondade de Deus: «O Senhor é benigno e misericordioso, deixo-nos o memorial das suas maravilhas»(ib. Cf.4). Ele profetizou a grande dávida, aquela que encerra em si mesma todas as maravilhas divinas, prova do Seu amor infinito: «O Senhor deu alimento àqueles que O temem» (ib.cf 4-5). Como acabámos de ver, o Rei – Profeta anuncia e axalta a Santa Missa que ainda desconhece, pela qual Jesus se torna presente em Corpo e Sangue, Alma e Divindade, tal e qual está no Céu, escondido sobre as aparências de pão e vinho, no Sacrário das nossas igrejas, para alimento da nossa alma. Esta é realmente a grande maravilha, ‘o memorial’.
Mas muito antes de David, o nosso pai Abraão teve um vislumbre da Santa Missa quando, por «aqueles dias, Melquisedec, rei de Salém, touxe pão e vinho». (Gen.18).
Esta passagem da Sagrada Escritura não é mais que uma antevisão do futuro: Jesus Sumo Sacerdote sacia os seus soldados no cenáculo, na cidade de Jerusalém, instituindo a Santa Missa e ordenando-lhes que a celebrassem sempre e em Sua memória. Recordemos esse momento: «Jesus tomou o pão e, depois de pronunciar a bênção, partiu-o e deu-o aos seus discípulos, dizendo: «Isto é o meu corpo». Em seguida, tomou um cálice, deu graças e entregou-lho, dizendo: «Bebei dele todos. Porque este é o meu sangue, sangue da aliança, que vai ser derramado por muitos, para perdão dos pecados». (Mt.26,26-28) É sempre bom recordar estas palavras.
A Santa Missa foi anunciada ao longo dos tempos pelos profetas mas só em Cristo teve concretização. Um outro sinal da Santa Missa encontra-se no segundo livro do Pentateuco quando o povo hebreu, libertado da escravidão do Egipto, atravessava o deserto em direcção à Terra Prometida e Deus fez chover do Céu o maná que é, em sentido figurado, a imagem do Pão Eucarístico: «pela manhã, diz o Senhor, saciar-vos-ei de pão, e conhecereis que eu sou o Senhor, vosso Deus». (Ex.16, 4) Pela Sagrada Escritura ficamos a saber, relativamente ao maná, que era uma substância insossa (cf.Nm11, 4-6; 21,5), um manjar delicioso oferecido por Deus (cf. Sl. 1005,40; 78,24-25; Ne.9,15-20; Sb.16,20-21), simbolizando para os cristãos a Santa Missa (cf.Jo.6,26-58; 1Cor10,3).
No dia a seguir àquele em que Jesus caminhara sobre as às do Lago da Galileia ou Tiberíades, o Senhor faz um grande anúncio, sinal do Seu Coração Misericordioso ao falar na Sua presença no sacramento eucarístico sobre a aparência de pão: «Eu sou o pão da vida. Vossos pais comeram o maná no deserto e morreram. Este é o pão que desce do céu, se alguém comer deste pão viverá eternamente, e o pão que eu hei-de dar é a minha carne, pela vida do mundo». (cf. Jo.6, 26-58) Mas os judeus escandalizaram-se com as palavras de Jesus porque não O compreendiam. Para eles, as palavras do Senhor Jesus quereriam dizer que para ter a vida seria necessário esquartejá-Lo e comê-lo, muitos que O seguiam abandonaram-no chamado-O de louco. Mas que fez Jesus? Retratou-se? Não, antes pelo contrário, confirmou as Suas palavras dizendo: «Em verdade, em verdade vos digo, se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue não tereis a vida em vós» (cf. Jo.6, 54) «A minha carne é verdadeira comida e o meu sangue verdadeira bebida» (cf. Ibidem, 54)
No cenáculo de Jerusalém, poucas horas antes da Sua paixão, morte e ressurreição; Jesus encontra-se reunido com os doze discípulos para celebrar a páscoa dos judeus (cf. Jo. 13; Mt.20; Mc.10, Lc. 22), pegou numa toalha e ajoelhando-se lavou os pés aos seus discípulos (cf. Jo.13) como que preparando-os para a primeira Santa Missa e para a primeira Comunhão do Seu Corpo e Sangue. Ele tomou o pão e o vinho, abençou-os e deu aos seus discípulos, como vimos mais acima (cf. Mt. 26, 26-28). Jesus quis que isso se repetisse para sempre para ficar a viver em nós. Todo aquele que receber a Santa Hóstia recebe em si o Corpo e o Sangue, a Alma e a Divindade de Nosso Senhor como está no Céu, tornando-se um sacrário vivo e ambulante. Sempre que comungamos ocorre entre nós e o Senhor uma íntima união tornado-nos com Ele um só. São Cirilo de Jerusalém comparava esta união com Jesus Sacramentado como dois pedaços de cêra que se derrete para formarem um só pedaço: «Se se derreterem juntos dois pedaços de cêra de ambos se faz uma só coisa, assim participando nós no Corpo de Jesus Cristo e do seu preciosissimo Sangue, Jesus está em nós, e nós estamos em Jesus; a nossa alma torna-se com Jesus Cristo uma mesma alma, nosso corpo torna-se com Jesus Cristo um mesmo corpo». Como São Paulo nos diz, já não somos nós que vivememos mas é Cristo que vive.
Na instiuição da Santa Missa, Jesus deu-nos prova do seu amor. Para Ele não bastou incarnar no seio puríssimo da Virgem, não bastou a sua paixão, morte e ressurreição; não, Ele quer ficar connosco, viver em nós, ser nosso alimento. Quis dar-se continuamente nos nossos Altares, por nós seus filhos miseráveis para fazer de nós santos mas santos irrepreensíveis.
Por vezes invejamos alguns santos que tiveram a graça de receber a visita do Menino Jesus e de O apertar junto ao peito, como o fez Santo António e São Francisco de Assis e tantos outros. Mas tal como eles, recebemos em nós o Corpo vivo e verdadeiro de Jesus Cristo, como está no Céu, podendo guardá-Lo no nosso coração. Que infelizes são os protestantes que não têm acesso a tão maravilhoso mistério... Eles não sabem que podem ser, tal como nós, templos de Deus(1.Cor.2,16). Quanto a nós, fiéis à única e verdadeira doutrina, não expulsemos Deus dos nossos corações.
A Santa Missa é como uma árvore plantada na Igreja, árvore de vida eterna que dá frutos de vida que sustentam a nossa vida, a enche de esperança, que nos regenera. Poderá alguém deixar de comer? A privação de alimentos conduz-nos à morte, do mesmo modo, todo o cristão que não se alimentar do Pão da Vida acaba por enfrequecer a sua alma, condenando-a à morte. Assim como o corpo não vive sem alimento, também a alma não pode viver sem a Sagrada Comunhão, que nos preserva do pecado e da morte eterna. Por ser um sacramento tão precioso devemos cuidar de o receber bem.
II Parte – Disposições para receber bem a Sagrada Comunhão.
Falarei apartir de agora sobre as disposições canónicas para receber bem a Sagrada Comunhão:
Jejum Eucarístico
Atitude modesta e recolhida
Estar na Graça de Deus
Saber O que se vai receber
Jacob, que passara por Betel, ao fugir de Esaú, regressa a Betel lugar onde vem cumprir o seu voto (Gen.28,10-22), constrói aí um Altar ao Deus Altíssimo para ali oferecer um sacrifício agradável. Reune todos os que o acompanham e diz-lhes: «Fazei desaparecer os deuses estranjeiros que estão no meio de vós; purificai-vos e mudai de vestes» (Gen.35,2). Aquilo que o Patriarca ordenou aos seus companheiros, antes de erguer o Altar para o sacrifício, é o mesmo que é ordenado a todos os que se apresentam para comungar, ou seja, que se purifiquem dos seus pecados, que se preparem espiritualmente para o que se vai receber e fazer.
Jejum Eucarítico.
O Jejum Eucarístico é a abstinência de todo o alimento sólido ou bebida alcoólica até três horas antes da comunhão, ou nenhum alimento líquido ou bebida alcoólica até uma hora antes, excepto a água que não quebra o jejum eucarístico. Esta condição é obrigatória.
Atitude modesta e recolhida.
A atitude modesta e recolhida é, nem mais nem menos, que o modo como vamos vestidos à Santa Missa e nos apresentamos para receber a Jesus Sacramentado, com roupa limpa e decente, sem descuidos e nem vaidade e também o estado de espírito com que nos apresentamos.
No dia 14 de Junho realizou-se na minha terra a primeira comunhão (comunhão solene) e a profissão de fé. Reparei que algumas pessoas iam vestidas indecentemente à Santa Missa, com vestidos muito decotados e quase transparentes e apresentaram-se assim à Sagrada Comunhão como participaram da Procissão do Corpo de Deus desse modo (aliás essa procissão foi muito mal organizada!). Hoje, nas igrejas, permite-se quase tudo e todo o tipo de vestes é próprio para ir à Santa Missa quer por parte das mulheres quer por parte dos homens. Esse tipo de veste ofendem a Deus.
Estar na Graça de Deus e Saber o que se vai fazer.
O que significa estar na graça de Deus? Significa ter uma alma pura e limpa de todo o pecado, principalmente do pecado mortal. Todo aquele que tem um pecado mortal não se acha na graça de Deus, por isso não pode receber a Sagrada Comunhão. E, todo aquele que comunga comete um sacrilégio. Comungar a Deus em pecado é trair a Deus como Judas fez (Jo.13; Mt.26, 20-25; Mc.14,17-21; Lc.22,21-23). Judas eram um discípulo que Jesus escolhera para O seguir e para que desse testemunho da Verdade mas este deixou-se influenciar pelo mal. Ele era ladrão, como nos dizem os santos Evangelistas (Lc.12; Mt.26,6-13; Mc.14,3-9), vendeu o Senhor por 30 dinheiros acabando por se suicidar; também Pedro, o Primeiro Papa, negou o Senhor Jesus (Jo.18, 15-25; Mt.26,59-68; Lc.22,55-57) e ambos, depois de terem sido avisados da traição, comungaram na Última Ceia (Mc.14,22-26, Lc.22,14-20); Jo.6,51-59; 1Cor.11, 23-27). Apesar de ter negado o Senhor, Pedro foi perdoado e Judas não.
Paulo de Tarso, na sua primeira Epístola aos Coríntios, faz uma advertência contra a recepção indigna do Pão e do Vinho que são a presença real do Senhor Jesus sacramentado: «Todo aquele que comer o pão ou beber o cálice do Senhor indignamente será réu do corpo e do sangue do Senhor». (1.Cor.11, 27).
Não deixemos de nos confessar sempre que podermos. Que Deus nos conserve a todos longe da Comunhão Sacrílega! E antes de cada Comunhão, não deixemos de examinar bem a nossa consciência para ver se no achamos em pecado capital (ou mortal) e façamos também, junto do nosso confessor, uma boa confissão. Mais uma vez é São Paulo quem nos diz: «Examine-se cada um a si próprio e só então coma deste pão e beba deste vinho». (ib.,28) Caso contrário «come e bebe a própria condenação». (ib.)
Quem comunga em pecado mortal condena-se e tem a condenação eterna como vimos acima nas palavras do Apóstolo. Na antiga Grécia, quem alguém era sentenciado à morte, era obrigado a engolir a sua condenação escrita num papel. Assim acontece com aquele que comunga idignamente, come também ele a sua própria condenação...
Mais uma vez, a minha terra, é um mau exemplo. O meu pároco dá a Sagrada Comunhão a uma senhora divorciada, que se casou simplesmente pelo civil, e que actualmente vive junta com um homem. Outro problema é que também ele dá a Sagrada Comunhão a algumas pessoas que frequentam as buxas e que também fazem rituais de bruxaria. Tal sacerdote, juntamente como essas pessoas, comete um sacrilégio. Diz Santo Afonso de Logório: Indigne conflicit, indigne sumit, indigne ministrat, ministrat indigno. Um padre, que celebra em estado de pecado mortal, não comete somente um sacrilégio, come quatro, como diz o Santo, e de espécies diferentes: consagra, sendo inimigo de Deus, o Corpo e o Sangue de Jesus Cristo; recebe, estando morto e manchado, um sacramento de vivos e o mais santo dos sacramentos; administra-o a um indigno, quando o seu cargo de guarda das coisas santas o obriga a recusá-lo. (Theol.mor.1, VI, n.º 25).
«No santuário, no altar, no lugar mais santo do universo, ali onde a caridade de Jesus Cristo se mostra mais terna e generosa para connosco; no momento em que se sacrifica por nós, em que pede seu Pai que nos encha de benefícios; no acto religioso mais próprio por si mesmo para dar a glória a Deus e alcançar a felicidade do mundo! Que contradições neste horrivel atentado! Um padre profanador, um sacrifício sacrílego, a suma bondade junta à sua preversidade, suprema honra de Deus unida no último excesso da sua desonra; finalmente, se nos é permitido dizê-lo, o mesmo demónio consagrando o corpo do Filho de Deus! Ex vobis unus diabolus est. (Contudo, um de vós é o diabo. (Jo.6,73) Oh! Quão fácilmente nos compadeceríamos da aflição de Jesus Cristo, se considerássemos com atenção este espectáculo de horros para o Céu, de assombro para a terra, de alegria para o inferno, a abominação da desolação em pé, no lugar santo. (Mt.24,15) (Meditações Sacerdotais ou O Padre Santificado pela Oração, XXXV)

domingo, 7 de junho de 2009

Testemunho...


No dia 14 de Maio deste ano, por volta das 17h, um agricultor mais a sua mãe estavam a trabalhar na sua vinha. O filho encontra-se num extremo da vinha e a mãe noutro. Era um dia ventoso. A mãe desse agricultor andava a apanhar o resto das vides e chegou-lhes o fogo. A vinha tinha erva seca no chão e o vento começou a soprar forte, nisto o fogo ateou-se à palha seca e começou a arder. O rapaz precipitou-se a apagar o fogo e, vendo que algumas videiras ardiam sob a impotência dos agricultores e não havendo quem os ajudasse a apagar as labaredas que se espalhavam pela vinha, o rapaz invocou a Santíssima Trinadade esperançoso de que Deus os axiliasse para que o seu sustento não fosse destruído. Passados 10 min, segundo o rapaz, todo o fogo se estinguiu e apenas 30 videiras arderam, apesar do vento forte que se fazia sentir. Para ele, a Santíssima Trindade que hoje se celebra concedeu-lhe esta graça.